A CDL Rio Grande com seus mais de 500 associados neste momento representando também o Aliança Rio Grande, vem mais uma vez à público por absoluta necessidade de esclarecer a todos, os fatos sobre a situação da atividade econômica especialmente das pequenas empresas em nossa cidade.
É sabido que dia 23 de março passado, a CDL atendeu solicitação das autoridades inclusive do ex-ministro Mandetta para a suspensão das atividades econômicas por uma semana ou 10 dias para frear a velocidade da contaminação pois estaríamos no momento mais delicado. Entendemos, por óbvio, de dar nossa contribuição embora saibamos que qualquer pequeno empresário não tem fluxo de caixa para aguentar duas semanas sem faturamento, mas diante da gravidade e dos argumentos de que era necessário segurar a curva para dar tempo de melhorarmos a capacidade de atendimento da saúde, entendemos que teríamos de enfrentar esse sacrifício, e assim fizemos.
Dia 26 procuramos o prefeito Alexandre para iniciarmos um plano de retomada segura.
Foi marcada reunião para dia 27, que dessa foi marcada outra reunião para dia 30 e assim uma sequência de reuniões onde muito pouco fomos ouvidos embora não faltassem sugestões de nossa parte para flexibilização segura, todas fundamentadas em normas da Secretaria Estadual de Saúde e em experiências de outros lugares que já estavam flexibilizando as atividades com sucesso.
Como exemplo no dia 05 de maio, véspera do último decreto, sugerimos que fosse modificado a limitação de 50m2 pelo alvará do estabelecimento, para 25m2 por cliente na área de atendimento, o que permitiria atingir a cadeia econômica de forma geral. Novamente não fomos atendidos, sempre com a alegação de que o comitê técnico se posicionou pelo decreto na forma original. Comitê ao qual nunca nos foi permitido dialogar, o que não aceitamos pelo simples fato de que estamos também tratando de salvar vidas. Hoje na live do prefeito, o mesmo mencionou que vai alterar o decreto para que o limite de 50m2 seja apenas na área de atendimento. Isso demonstra que estávamos certos e que mais uma vez não seremos atendidos, pois a forma colocada trará problemas desnecessários como o limite de espaço de exposição, circulação etc, além de ainda restringir diversas lojas. A proposição da CDL de duas semanas atrás, dá condições de os estabelecimentos usarem áreas maiores, portanto mais seguras, com espaçamento maior entre os clientes, garantindo assim pleno distanciamento com muito mais segurança à saúde.
Nesta semana o governador anunciou o plano de distanciamento controlado para o RS, com base científica, tendo sido reconhecido como o melhor plano do país por muitas autoridades. Mais uma vez procuramos o prefeito, que no dia 13 reuniu-se conosco quando cobramos urgência na adesão, para justamente podermos atingir a cadeia produtiva de forma ampla, pois o plano do Governo do Estado contempla essa possibilidade com segurança e de forma organizada. O prefeito diante de nossa insistência na urgência, assumiu que nos daria o retorno no dia 14, até às 18 horas, e mais uma vez fomos desconsiderados pois o prometido retorno não ocorreu.
Diante de todo esse quadro, considerando que estamos há 53 dias com restrições, que dezenas de empresas estão fechando, centenas de famílias estão perdendo emprego, nossa entidade manifesta aqui total repúdio e inconformidade com esse tratamento, ao mesmo tempo que não podemos mais aceitar as alegações de que a capacidade de atendimento em Rio Grande ainda é precária.
Sendo assim, então de que adiantou o sacrifício da população nestes 53 dias em casa? Das empresas estourarem seus caixas? Dos milhares de desempregados? Das pessoas com outras enfermidades interromperem seus tratamentos, adiarem cirurgias, se nada foi feito? Aqui fica nossa manifestação de que nada mais pode justificar mantermos essa condição atual, pois Rio Grande está classificada hoje como bandeira laranja no distanciamento controlado, por não ter feito o dever de casa nestes 53 dias para melhorar nossa capacidade de atendimento na saúde.
Para agravar, estamos com bandeira laranja e com restrições mais rígidas que o plano do Governo Estadual impõe, e isso a custa do pequeno empregador, das demissões e da quebradeira que já existe e vai se estender quanto mais for a intransigência imposta a vida econômica no nosso município. Estamos diante de uma urgência em que não podemos mais esperar por infinitas reuniões, ou pela ação de outros agentes, as providências precisam ser imediatas.
Nossa cidade está na UTI.